Moléculas promissoras no tratamento do Alzheimer: o que a ciência já descobriu

Descubra as moléculas promissoras no tratamento do Alzheimer e o que a ciência já revelou sobre suas ações no cérebro.
O Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas mais temidas do nosso tempo. Felizmente, a ciência tem avançado em diversas frentes, e uma das mais empolgantes é a descoberta de moléculas promissoras no tratamento do Alzheimer.
De anticorpos monoclonais até proteínas extraídas de peixes, as novas estratégias podem mudar o rumo da luta contra essa doença devastadora.
Hoje, vamos explorar de forma simples, mas completa, as descobertas mais recentes. Se você tem curiosidade sobre como essas moléculas funcionam, o que dizem os estudos e quais são as esperanças para o futuro, continue lendo!
Sumário do Conteúdo
- O que é Alzheimer e por que é tão difícil de tratar?
- Moléculas que atacam diretamente as placas de amiloide
- Abordagens voltadas à proteína tau
- Tratamentos adaptados de outras doenças
- Novos alvos no sistema imunológico
- Pesquisas brasileiras no combate ao Alzheimer
- O futuro do tratamento: desafios e esperanças
- Conclusão: por que ainda há motivos para acreditar
O que é Alzheimer e por que é tão difícil de tratar?
O Alzheimer é uma doença progressiva do cérebro, que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento.
Com o tempo, ela interfere nas atividades diárias, transformando o cotidiano dos pacientes e de seus familiares em um verdadeiro desafio.
A grande dificuldade no tratamento está no fato de que a doença começa a se desenvolver anos antes dos primeiros sintomas. Quando a pessoa começa a apresentar sinais evidentes, o cérebro já sofreu muitos danos.
Além disso, os cientistas ainda estão tentando entender o que exatamente causa o Alzheimer.
As duas principais características observadas no cérebro dos pacientes são o acúmulo de placas de beta-amiloide e os emaranhados da proteína tau. Mas esses são apenas alguns dos muitos elementos envolvidos.
Moléculas que atacam diretamente as placas de amiloide

Lecanemab e Donanemab: anticorpos que agem na raiz do problema
Uma das linhas mais promissoras atualmente envolve anticorpos monoclonais, moléculas que atuam como soldados do sistema imunológico. É o caso do Lecanemab (Leqembi) e do Donanemab (Kisunla).
Esses medicamentos foram desenvolvidos para remover as placas de beta-amiloide do cérebro. Diferente dos tratamentos antigos, que focavam apenas em aliviar os sintomas, essas novas drogas atacam diretamente a possível causa da doença.
- O Lecanemab mostrou uma redução no declínio cognitivo entre 27% e 37%.
- O Donanemab obteve resultados de 20% a 29%, também muito promissores.
Esses números, por mais que não signifiquem a cura, representam uma enorme vitória na busca por tratamentos mais eficazes.
Remternetug: o reforço da Eli Lilly
Outra molécula em destaque é o Remternetug, uma aposta da farmacêutica Eli Lilly. Assim como os anteriores, ele é um imunoterápico voltado para o amiloide.
Os estudos com essa droga ainda estão em fases preliminares, mas mostram resultados semelhantes aos dos medicamentos já citados.
Se comprovada sua eficácia, ele pode ampliar o arsenal terapêutico e oferecer mais opções personalizadas para os pacientes.
Abordagens voltadas à proteína tau
HMTM: um comprimido promissor contra os emaranhados cerebrais
A hidrometiltionina mesilato (HMTM) é uma molécula diferente das anteriores. Ela não foca nas placas de amiloide, mas sim na proteína tau, que também forma emaranhados prejudiciais no cérebro de quem tem Alzheimer.
Essa substância tem uma vantagem: é administrada por via oral. Isso pode facilitar o acesso ao tratamento, especialmente em países onde a aplicação de infusões é um obstáculo logístico e financeiro.
A HMTM mostra potencial para reduzir os emaranhados tau e proteger as conexões entre os neurônios, o que pode retardar o avanço da doença.
Tratamentos adaptados de outras doenças

Semaglutida: da diabetes para o cérebro
A semaglutida é uma velha conhecida de quem tem diabetes tipo 2. Ela age estimulando a produção de insulina e ajudando na regulação da glicose. Mas agora, pesquisadores descobriram que ela também pode ter efeitos benéficos no cérebro.
A hipótese é que, ao melhorar a sensibilidade à insulina no cérebro, a semaglutida pode proteger as células nervosas e até melhorar a cognição.
Estudos em andamento investigam se ela pode reduzir o risco de Alzheimer em pessoas com diabetes ou retardar a progressão da doença em estágios iniciais.
Novos alvos no sistema imunológico
A molécula STING: um interruptor da inflamação
Em uma descoberta intrigante, cientistas da Universidade da Virgínia encontraram uma molécula chamada STING que parece impulsionar a formação de placas e emaranhados no cérebro.
Ao bloquear a ação dessa molécula em camundongos, os pesquisadores observaram:
- Redução da formação de placas
- Melhoria na memória
- Alterações benéficas na micróglia, que são as células imunes do cérebro
Essa abordagem abre portas para tratamentos que não eliminam diretamente as proteínas amiloide ou tau, mas regulam a resposta do sistema imunológico.
Pesquisas brasileiras no combate ao Alzheimer

LASSBio-1911: um novo foco nos astrócitos
A molécula LASSBio-1911, desenvolvida por pesquisadores brasileiros, segue um caminho totalmente diferente. Ela atua nos astrócitos, células que são verdadeiras cuidadoras dos neurônios.
Enquanto a maioria das pesquisas foca nas proteínas tóxicas do Alzheimer, essa abordagem visa proteger as células que sustentam a atividade cerebral.
Os estudos mostraram que a LASSBio-1911 pode:
- Evitar a morte celular
- Reduzir a inflamação cerebral
- Proteger contra a perda de memória
Esse tipo de inovação é essencial para diversificar os tratamentos, especialmente em estágios mais avançados da doença.
Proteína modificada de merluza: da cozinha para o laboratório
Outra iniciativa brasileira de destaque vem de uma proteína modificada do peixe merluza, desenvolvida pelo Instituto Butantan e a USF.
Essa molécula demonstrou ser:
- Estável
- Segura
- Capaz de atravessar a barreira hematoencefálica (ou seja, chegar ao cérebro)
Os testes iniciais em animais saudáveis foram animadores, e o próximo passo é avaliar sua ação em modelos com Alzheimer. É um ótimo exemplo de como a natureza ainda tem muito a oferecer para a medicina.
O futuro do tratamento: desafios e esperanças
Mesmo com tantos avanços, o caminho ainda é longo. O Alzheimer é uma doença extremamente complexa, e não existe uma única causa ou solução.
Cada organismo reage de forma diferente, e por isso, é provável que o futuro dos tratamentos envolva:
- Combinações de moléculas
- Diagnóstico precoce e personalizado
- Abordagens baseadas no estilo de vida, como dieta, exercícios e sono.
A boa notícia é que o ritmo das descobertas está acelerando. O que antes levava décadas para sair do laboratório, agora é testado em poucos anos.
Conclusão: por que ainda há motivos para acreditar
Apesar do Alzheimer ainda não ter cura, estamos entrando em uma nova era de tratamentos mais eficazes e variados. O foco já não está apenas nos sintomas, mas nas causas profundas da doença.
Com moléculas inovadoras como o Lecanemab, Donanemab, STING, HMTM e até substâncias nascidas no Brasil, o futuro parece muito mais promissor.
E a mensagem que fica é clara: a ciência não está parada. Enquanto os cientistas continuam buscando respostas, cabe a nós divulgar, apoiar e acompanhar essas descobertas.
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